segunda-feira, 31 de maio de 2010

... DEDO DOS MEUS DEDOS ...







O dedo mais que dedo dos meus dedos
este undécimo dedo dos meus dedos
clarividente cego entre os meus dedos
conhece-te melhor do que os meus dedos

Percorre-te por dentro Encontra dedos
os dedos que por dentro de ti dedos
mais dentes são gengivas do que dedos
mais palatos em fogo do que dedos

E súbito pergunto Que é dos dedos
ó mais unhas por fora do que dedos
ó mais luva por dentro do que dedos

Mas eis de novo dedos dedos dedos
apertando em seus dedos ah tão dedos
o dedo mais que dedo dos meus dedos


David Mourão-Ferreira,
1927-1996, Portugal

domingo, 30 de maio de 2010

NU, DOMINGO . . .

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

PELO OLHO DO PÁSSARO . . .

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CLIQUEM NAS FOTOS PARA AS AUMENTAR, VALE A PENA!
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terça-feira, 25 de maio de 2010

DOU-TE A MINHA VIDA . . .

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Deito-me a teu lado. Sou a tua sombra
no lençol. Vou decifrar a luz dos teus olhos,
não me dás tempo. Os teus dedos tocam-me no rosto,
descem à garganta, começam a soletrar
o mapa do meu corpo: um grão sob a axila, uma pálpebra
que cintila, o rubor do mamilo
e já teus dentes se ocupam
do outro. Pressionas músculos e ossos
ao mesmo tempo que toco ao de leve
um seio, um lábio: quero deter-me no joelho
onde leio quedas na neve
e no ballet. Não me dás tempo.
Os corpos rodam, as mãos buscam outra terra,
outras águas. Os seios na virilha,
a barriga no pescoço. Estaremos a caminhar
demasiado depressa? Acaricias onde prometo
uma haste de sol. Uma casa voadora
na margem deste mundo tão previsível.
Erigimos com os nossos corpos
a mais efémera das esculturas. As tuas mãos
convidam-me a voar. Agora sou eu
quem não te dá tempo, escavando e descendo
à fenda silenciosa. Ouço-a. Um canto leve
e depois allegro e depois mais fundo.
Já não sei onde estou, quem sou
sobre as fontes e os rios e os abismos
de ti. Sentas-te, lama delicada, no meu peito
e desces e ajustas os teus ninhos
ao pequeno pássaro que pouco a pouco
se agita. Palpo e bebo e retenho a terra volátil.
a espuma, a vegetação de coxas, nádegas, mamas e águas
flutuantes. Ora subo ao chão ora me enterro
no ar, no lábio onde começa uma árvore
que se eleva até às nuvens. Não me dás tempo,
eu quero a eternidade mas tu não me dás tempo
para te contemplar. Ânfora nua
que bebo por fora e por dentro.
Dou-te a minha vida em troca da tua.



Casimiro de Brito

domingo, 23 de maio de 2010

NU, DOMINGO . . .

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foto: scott miron

sábado, 22 de maio de 2010

UM MUNDIAL EM ÁFRICA . . .

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

LOVE STORY . . .

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domingo, 16 de maio de 2010

NU, DOMINGO (PÓS-PAPA) . . .

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

O PÁLIDO PONTO AZUL . . .

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ANTES DE VER O FILME, FAZER STOP AÍ À DIREITA NA PLAY LIST...
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terça-feira, 11 de maio de 2010

EM SONHOS . . .

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A sua mão tocou suave, o ventre estreito.
Mãos que escorregam ao longo do corpo, com os braços caídos em direcção ao prazer, o queixo mantinha-se firme, tamanho erotismo provocador, olhou para os lados, desfez-se em carinhos e de mãos suadas de emoção, tocou no ventre, de olhos ainda mais fechados, deslizou a mão pela reentrância proibida, húmida, e corou rodopiou sem fim, espreitando por entre pernas de prazer, perfeitas medidas que incomodam, mas que não entendia, mas que sentia todas noites e de dia envergonhava-se.
Afastou-se e quis beijar quem a amava, em sonhos, e com olhar tristemente carente, tocou os seios que rijos sinalizavam um sim, levantou a blusa olhando-os no espelho, pareciam belos e rebeldes, da falta de prazer.
As nádegas, suplicavam por prazeres ocultos.
Naquela noite, idealizou um homem que lhe daria todo o prazer merecido, que a beijaria e saciaria carências antigas, que tanto a tentavam.
Apenas com da imaginação entre os lábios, sentiu todo prazer húmido entre mãos...

por Humanrace