domingo, 18 de julho de 2010

NU, DOMINGO . . .


segunda-feira, 12 de julho de 2010

OLÉ !!!

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domingo, 11 de julho de 2010

NU, DOMINGO . . .

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

INSTANTES DECISIVOS

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fotos: ranaldi e web

- Lá estás tu…Já não me queres beijar? Os beijos não são contagiosos.
- Pois não. Agora o resto…creio que não tenho preservativos. Chatisse! Estás a ver, não ando sempre preparado para as ocasiões.
- Não gosto de te ouvir falar assim.
- Não sei o que tenho Madalena. Decepção?
Depois fita-a, como se de repente fosse perdê-la, a engolir a palavra indesculpável, e deita-a sobre o leito imenso, nem afasta a colcha, que é também pesada. Desaperta botões, puxa-lhe a camisola de caxemira pela cabeça, quase lhe rebenta os atilhos do soutien, até expor às luzes veladas do quarto os seus mamilos erectos, as axilas escuras de tentadora, toda a morna solidão da sua pele. Até lhe tocar, com os dedos a tremerem, o sexo húmido de orvalho.
- Pára, por favor.
- Não sei se consigo, Madalena.
- Beija-me o umbigo, aí onde tenho o sinal da maldade.
Apertam-se, largam-se, despem-se completamente, quase ao desafio, tornam a beijar-se, lânguidos, saboreando-se, brincam, beliscam-se, lambem-se, a lua roça-se pelos canaviais, o sangue da paixão bate-lhes nas veias, rega as mãos com que eles já se possuem, talvez chame alucinações ou se misture aos lírios da pureza quando eles sorriem.
É em delírio, como num sonho mau, mas onde o mal é o bem e o bem é o mal, quando António se arqueia sobre ela, qual a estaca vermelha se enterra não na boca, como previsto, mas na obscura flor do ventre de Madalena.
O orgulho dela – loucura divina – dissipe-se quando os lábios comovidos de ambos se unem sobre o ardor da batalha.

Urbano Tavares Rodrigues
Estação Dourada

quarta-feira, 7 de julho de 2010

HOT HOT HOT . . .

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terça-feira, 6 de julho de 2010

NO LUGAR DO ESPELHO...








A Mulher ao Espelho
Que mundo de devaneios se abre, no meio dos mistérios da psique feminina, quando uma mulher se posta ante um espelho de corpo inteiro?
Não...Definitivamente não creio que este espelho esteja lá apenas para ser o reflexo fiel do estado em que o seu corpo se encontra.
Imagino mais. Bem mais...
Não seria irreal imaginar que ela projecta nesse espelho os olhos de um observador.
Se exibe os seios, emoldurados pelo corpo dourado de sol da praia, o que lhe passa pela cabeça? Certamente uma boca sedenta... que os sugue, se alimente deles, morda com subtil suavidade cada biquinho...
Quando experimenta frente a ele uma deliciosa e provocante calcinha fio dental, certamente imagina suas reações. Certamente prevê um volume formando-se, certamente isso encanta-a, aquece e umedece.
Não duvido que imagine os dentes de seu observador cerrando-se, em atitude de lobo faminto, premeditando ataque, preparando o bote, em que esses dentes tomarão aqueles tênues laços que sustentam a calcinha, lançando-a longe.
E quando então se exibe toda nua?
Ora, ora... não acredito nisso. Uma dama que se posta assim ao espelho não tem medo da sua sensualidade. Faz questão de celebrá-la.
Faz questão de vivê-la.
Quando se posta de toda nua, inteira ante o espelho, certamente imagina primeiro, um beijo.
Um único beijo.
Mas um beijo que a percorre inteira: no fresco dos seus lábios, na doçura dos seus seios, no sal da sua pele em cada curva de seu corpo, na pimenta úmida e quente do seu sexo...
Mas se estava assim pensando, detonou um processo irreversível.
O observador transforma-se no Senhor que a ela, odalisca nua, torna sua escrava.
Que alimenta a sua boca faminta com seu membro viril.
Que a submete, que a domina com a mais intransigente rigidez, mesclada com o mais profundo carinho.
Que a penetra inteira.
Que a faz mudar de lado – ela que acima de tudo ama a ousadia - e sodomiza-a, como só parceiras muito especiais permitem.
Que se farta de prazer nela.
Que a farta de prazer. Tal como ela queria desde o início...
Ah!... Feliz daquele que toma o lugar do espelho, ante uma musa como essa...

lobo

domingo, 4 de julho de 2010

DESPONTANDO PARA O MUNDO . . .

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A menina abriu os olhos de repente, quase num susto.
Ficou ainda um tempo sem se mover, imaginando o que fizera até ali... as amizades e brincadeiras, o quanto sorriu, o quanto chorou... um risinho escapou-lhe memorizando bons momentos, de banho de mangueira, de brincar com bonecas, das tranças caindo-lhe sobre os ombros, andar descalço pelas ruas do descompromisso...
Sentou-se lentamente, enquanto lágrimas brotavam dos seus olhos... pensamentos sobre as perdas que teve, os erros que cometeu e pelos quais foi castigada.
Os dias chuvosos que a obrigaram a ficar trancada... os dias cinzentos que lhe pareceram feios quadros dependurados na parede de suas memórias... os dias de frio em que se sentia obrigada à reclusão.
A tristeza tomou seu coração e ela ficou a pensar se valia mesmo a pena levantar-se naquele dia.
As lágrimas corriam livremente pelo seu rosto, assim como outrora ela mesma correra pelos campos da sua inocência.
Porquê, às vezes, o mundo parecia tão ruim?
Porquê as pessoas pareciam tão confusas e malucas indo e vindo como num ballet alucinado?
Sentia medo, medo muito medo... o que será que aquele dia lhe reservaria?
Mas, de repente percebeu, o que a mantivera acomodada na sua confortável cama foram as delícias memoráveis que vivera e que, naquele momento, a lembrança amarga dos espinhos que perfuraram seus delicados pés, faziam-na temer o porvir...
Mais um risinho, este de convicção.
A menina levantou-se de um salto e corajosamente abriu a portada da janela.
Como um presente escondido, encontrara um dia ensolarado, com pássaros e borboletas, havia perfume de flores e tantas cores... nem mesmo o cinzento frio dos arranha-céus destoavam da paisagem, o burburinho de gente falando, carros passando, música ao longe.
Cheia da alegria e confiança que só tem quem se conhece, ela saiu rapidamente e abriu as portas que a levariam ao mundo.
Na janela não estava já uma menina.
Naquela manhã, uma mulher despontava para o mundo...



tema: dias

NU, DOMINGO . . .

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