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Uma senhora de 92 anos, delicada, bem vestida, com o cabelo bem penteado e um semblante calmo, mudou-se para uma casa de repouso.
O seu marido havia falecido recentemente e a mudança era necessária, pois ela era deficiente visual e não havia quem pudesse ampará-la em casa.
Uma neta dedicada acompanhou-a ao novo lar.
Após algum tempo aguardando pacientemente na sala de espera, a enfermeira veio avisá-las que o quarto estava pronto.
Enquanto caminhavam, lentamente, até o elevador, a neta, que já tinha visitado os aposentos, fez-lhe uma descrição visual de seu pequeno quarto, incluindo as flores na cortina da janela.
A senhora sorriu docemente e disse com entusiasmo: Eu adorei!
Mas a avó nem esteve ainda no quarto... Observou a neta.
Ela não a deixou continuar e acrescentou:
A felicidade é algo que podes decidir antes da hora. Se eu vou gostar do meu quarto ou não, não depende de como os móveis estão arranjados, e sim de como eu os arranjo na minha mente.
E eu já me decidi gostar dele...
E continuou: é uma decisão que tomo a cada manhã quando acordo. Eu tenho uma escolha, posso passar o dia na cama remoendo as dificuldades que tenho com as partes de meu corpo que não funcionam há muito tempo, ou posso sair da cama e ser grata por mais esse dia.
Cada dia é um presente, e os meus olhos abrem-se para o novo dia com as memórias felizes que armazenei...
A velhice é como uma conta no banco, minha filha... De onde só retiras o que foi colocado antes.
Começa, sem demora, a depositar felicidade na conta do banco das tuas lembranças, para poderem ser resgatadas sempre que quiseres.
Há 3 dias
8 comentários:
uma liçao de vida fenomenal!
quero ler mais*
Muito bonito. A velhice não tem que ser sinonimo de tristeza.
Lindo e sensível.
Pena é que, por vezes, esquecemo-nos destas histórias.
Beijinho e Páscoa Santa.
Paulo, esta "imagem" dá que pensar. Já a li, faz algumas horas, e, de facto embora tenhas toda a razão nas palavras proferidas, também existe a "imagem", que por vezes nem uma neta há.
Costumo dizer, que a auto aprendizagem é um encanto. Gostava de chegar a velhinha e não me arrepender de nada, e ser feliz, por o ter sido.
Um post Lindo.
Uma Páscoa muito doce, para ti e toda a familia Lontro.
Ao teu melhor nível. AMEI!
Adorei o post muito simples ao mesmo tempo emocionante com uma lição de vida para todos.
Lontrinho sou uma visitante assídua do teu blogue, sempre que posso, há muito tempo que não deixo aqui o meu registo.
Recordei-me de uma história linda e comovente como esta que aqui contaste.
Num quarto de hospital encontrava-se internado um homem que passava os dias deitado numa cama sem se conseguir mexer, o colega de quarto passava os dias sentado a olhar para uma janela.
Todos os dias o homem que passava os dias sentado descrevia em pormenor o que se passava na rua, os transeuntes que passavam e cumprimentavam, as viaturas que estacionavam, os cães que ladravam as aves que posavam no peitoril da janela, as árvores e as plantas que floresciam, enfim um quadro digno de um pintor.
Todos os dias a descrição se repetia, meses e meses a fio o homem que se encontrava deitado perguntava ansiosamente por esta ou aquela pessoa, pelo cão que estava a ladrar, pelo florescimento da vegetação. O que se passava na rua era sempre motivo para uma conversa animada.
Um dia o homem da cadeira morreu e a conversa acabou. Tristemente o homem que estava sempre deitado pediu à enfermeira que descrevesse o que se passava na rua. A enfermeira atónica disse, não se passa nada está em frente uma parede de tijolo.
Pois o homem que passava os dias sentado era cego visualizava aquilo que uma imaginação fértil consegue imaginar. Enquanto viveu consegui ser feliz através da sua imaginação transmitindo ao outro um pouco de paz e felicidade.
Para quem nada tem basta uma réstia de luz para iluminar uma existência.
Uma Boa Páscoa para todos ...
Genial, tenho que começar a poupar.
É verdade!
Passo por isso nestes últimos tempos.
Eu decidi apaixonar-me pelo curso de Letras e essa paixão tornar-se-á cada vez mais fervorosa.
Um beijo, uma ótima semana!
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