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A China comemora 60 anos desde a fundação da República Popular da China em 1946.
Os cidadãos chineses e trabalhadores do governo prepararam durante meses a festa do 60º aniversário.
Praças de Pequim foram encerradas durante dias permitindo que os ensaios dos desfiles militares e várias apresentações artísticas, fogos de artifício e muito mais, se realizassem sem falhas.
A China iniciou formalmente as suas celebrações dos 60 anos de regime comunista com 60 tiros de canhão que ressoaram em toda a histórica, e com triste memória, Praça de Tiananmen de Pequim.
Centenas de milhares de participantes desfilaram Praça Tiananmen, em traje ou uniforme, com carros alegóricos e dançarinos misturando-se com soldados e equipamento militar.
Nas fotos da Reuters e Assoc.Press. podemos ver imagens dos ensaios e já de hoje, dia 1 de Outubro 2009.
Hoje, estava eu a ver as imagens no telejornal, e alguém ao meu lado disse, “ … tal como vimos na abertura e encerramento Jogos Olímpicos e neste desfile do 60º aniversário, esta organização e esta ordem só se consegue num país onde há repressão. Num país europeu ou nos USA seria impossível esta perfeição… ”
De facto, o cosmo, a ordem é o oposto de caos e pensando um pouco na organização e disciplina que é necessária para que “isto, este cosmo” saia assim, acho mesmo que esta observação tem lógica e faz sentido. Hoje em dia só há este tipo de eventos, assim perfeitos, na China, Coreia do Norte, talvez ainda na Rússia, Cuba… ...
Haverá mais? Onde? O que têm em comum estes países?
Qual a vossa opinião?
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Há 1 semana
13 comentários:
Estes países têm em comum o medo que as populações têm dos seus dirigentes. Estes países têm em comum regimes totalitários. Estes países têm em comum o culto da personalidade. Estes países têm em comum o amordaçamento da liberdade de expressão. Estes países têm em comum políticas de terror. Estes países têm em comum a violação sistemática dos Direitos Humanos. Estes países têm em comum o aprisionamento das liberdades individuais. Estes países têm em comum paradigmas sociais alarmamente grandes.
O medo e a repressão eliminam os erros?
O medo e a repressão são a resposta à perfeição levada ao extremo?
Não sei, Lontro. Mas se assim for como é que reprimindo, ir contra a natureza, remar contra a maré resulta no perfeito mais que perfeito?
Será aquela história do mais e do menos, do protão e do electrão, de os opostos se atrairem?
Compliquei?
Cadês
Almofariza
P.S- Ah!!! Era para ajudar, não era? Pois...
Retira a America Latina desse filme eles bem tentam mas nao sao capazes dessa perfeiçao! Quanto ao resto há por aqui uns quantos assim...
Estes países têm todas as coisas mencionadas pela Storyteller em comum. Mas não creio que isso seja razão directa da perfeição de sincronismo que conseguem nestes eventos.
Acho que a grande razão é de mentalidade, uma quase pre-disposição genética, aliada, ou resultante de - talvez, uma cultura de gerações que incute e fomenta o desenvolvimento do indivíduo de acordo com alguns grandes princípios, de entre os quais a excelência pessoal. Cada uma das pessoas envolvidas, no plano pessoal, quer realmente dar o seu melhor e, sobretudo, interessa-se pelo resultado do conjunto. Isto é especialmente relevante nos países Asiáticos (e por isso também concordo com a Leitanita - a América Latina não é bem a mesma coisa). Pode-se argumentar que esse interesse pelo bem comum, por vezes sobreposto ao bem próprio, resulta de uma certa alienação causada por décadas de repressão. Mas não creio que seja só isso.
Por outro lado, contribuirá também certamente a necessidade que estes países têm de "boa publicidade". Estão dispostos a fazer um investimento astronómico para que a "imagem" que passa para o exterior seja perfeita. Para outros países, seria um absurdo gastar o mesmo dinheiro numa coisa tão supérflua.
Concordo com o comentário da Princesa.
E creio na necessidade do caos; ele proporciona a instabilidade, o acaso, o aleatório, a surpresa, a liberdade.
As fotos são estranhamente silenciosas, monótonas.
Gostei da foto das cadeiras com uma única mulher sentada; ela
desestabilizou a série (morta, estéril ) das cadeiras; criou um ponto para onde caminha o olhar e instiga, aguça o pensamento.
Ótimo post Paulo!
Já tinha visto algumas destas fotos. Mas a 8ª foto está demais!
Sabes que o medo implica respeito.
Mas também revolta.
Ja escrevi há tempos num post que, há muitos anos, meu pai tinha um livro cujo título, que nunca esqueci, era: «Quando a China despertar o mundo tremerá».
Beijinho
Bem, primeiro essas fotos são excelentes! :)
Na minha opinião, essa organização e ordem, essa perfeição, são demonstrações de poder que têm o resto do mundo como destinatário. O Miguel Ângelo (pintor) usou o mesmo princípio para impressionar o Papa Júlio II. Mas tu deves saber isso. ;)
Eu acho que são mesmo o medo e a repressão que caracterizam estes regimes, que fomentam a perfeição das imagens e portanto esse alguem tem razão. Se reparar-mos na célula mais pequena da sociedade, a familia e comparar-mos uma familia com crianças, austera e rigorosa, com um pai tradicionalista e tirano, as crianças tendem a ser mais caladas, sem alegria e brilho mas melhor comportadas , comparando com uma familia liberal, descontraida em que as regras são explicadas e pede-se aos filhos para as cumprirem, estes comportam-se...ás vezes mal mas com alegria e jovialidade, dinamismo e alguma desorganização. A Ferreira Leite não disse que precisava de 6 meses sem democracia para fazer o que tinha que ser feito? ora ai está, eu concordo com ela. Os dois sistemas têm virtudes e defeitos, o ser humano é demasiado imperfeito e autonomo para decidir por livre arbitrio (basta perceber como é que o mundo está), somos o animal mais ordinario que existe ao cimo da terra. Por outro lado, como essa é a nossa natureza é anti-natural formatar ou enjaular a espontaneadade e a liberdade, portanto...é um beco sem saida!.
Isto tem que ver com mentalidade e não com regime político.
Os asiáticos pensam em primeiro lugar na pátria e só depois no indivíduo. Em mais nenhuma ditadura se vê isto... como em mais nenhuma parte do Mundo se vêem pessoas a suicidarem por terem causado a falência de uma empresa ou assim... o suicídio como forma de manter o nome da família intacto.
Acho que não poderemos nunca saber o que lhes vai na alma. Precisamente porque somos diferentes... somos individualistas... somos contra... somos nós. Nem melhores, nem piores. Diferentes.
Ditaduras é que não. Seja de que maneira for. Seja para fazer o que for. Para mim não há justificação possível.
Não sei se foste militar, esta perfeição consegue-se por treino e procura na alienação do individuo em prol da unidade seja ela militar ou de outra espécie.
Não concordo que isto seja herança genética ou cultural é sim resultado de propaganda e repressão da individualidade, não comento a legitimidade do resultado.
Abraço
Concordo com a ideia de que disciplina exacerbada resulta da aculturação longa da sociedade, o meu pai e muitos dos nossos pais, viveram a experiencia da Mocidade Portuguesa onde, também de alguma maneira, se cultivava a ideia de disciplina e perfeição.
Também não deixo de considerar possível que o “espirito” asiático, também presente noutros países, tenha neste caso dos festejos chineses, um papel relevante.
Olhando a parte política, não consigo ignorar o efeito das ditaduras comunistas nestes comportamentos.
Não acredito que só exista ordem extrema em situações de repressão...
...o que acontece, é que é a forma mais fácil (se bem que difícil a longo prazo) de a conseguir.
Ou seja, acredito que a ordem seja melhor conseguida, mesmo que extrema, com altíssima motivação. Mas conseguir a motivação é mais difícil, principalmente quando isso envolve o concenso geral. A repressão dispensa a motivação (ou encontra a motivação da sobrevivência) e não requer, de todo, o concenso, pois este é imposto pelos ditadires e aceite pelos oprimidos.
Conseguir a motivação de um grupo, principalmente grande, requer muita criatividade e uma certa dose de inteligência, e um grande sentido de liderança (que envolve muitas características).
Isso, poucos temos...
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