Da esplanada em vão me projecto
para lá de onde me sinto.
Tento ver sem me ver
na esperança súbita de saber
em que movimentos me finto.
Naquele entrecruzar constante
neste chocar sem chocar
onde o espaço é quase tudo
e o tempo quase nada
me tento em vão ver passar.
Uns vão rindo, outros sorrindo,
outros vão de rosto mudo.
Há quem simplesmente vá indo
na fé que o vento varra tudo.
Mas eis que um olhar diferente
vestes tudo a esvoaçar
como se há muito os prédios
não nos tirassem o ar.
Na fronte leva a certeza
do mar manso em lua cheia
deixo vinte paus na mesa
vou apanhar a boleia.
(João Monge)
Há 4 dias
2 comentários:
Quase que me atreveria a dizer que o autor é da minha terra....
Não digas ...?
É um dos poemas mais interessantes cantados pelo TROVANTE.
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