









Ante um nu de bianco
Quanto mais vejo o corpo, mais o sinto
existente em si mesmo, proprietário
de um segredo, um sentido - labirinto
particular, alheio ao ser precário.
Cada corpo é uma escrita diferente
e tão selada em seu contorno estrito
que a devassá-la em vão se aflige a mente:
não lhe penetra, na textura, o mito.
Trabalho eterno: a mão, o olhar absorto
no gesto fulvo e nu da moça andando
como flor a mover-se fora do horto.
Só o pintor conhece como e quando
o corpo se demonstra na pureza
que é negação de tempo e de tristeza.
Carlos Drummond de Andrade
in: A Paixão Medida
texto enviado por Giovana Milozo
obrigado Giovana.
Quanto mais vejo o corpo, mais o sinto
existente em si mesmo, proprietário
de um segredo, um sentido - labirinto
particular, alheio ao ser precário.
Cada corpo é uma escrita diferente
e tão selada em seu contorno estrito
que a devassá-la em vão se aflige a mente:
não lhe penetra, na textura, o mito.
Trabalho eterno: a mão, o olhar absorto
no gesto fulvo e nu da moça andando
como flor a mover-se fora do horto.
Só o pintor conhece como e quando
o corpo se demonstra na pureza
que é negação de tempo e de tristeza.
Carlos Drummond de Andrade
in: A Paixão Medida
texto enviado por Giovana Milozo
obrigado Giovana.
6 comentários:
Linda a poesia da Giovana.
Beijinho
Um post sensualíssimo, com fundo musical perfeito!
É de se parar e sentir. Sentir as imagens, sentir a poesia, sentir a música. Sensações :-)
Beijos
sem duvida! e eu gostei das caligrafias que mostraste! bem torneadas...
Acho que conseguiste uma vez uma simbiose perfeita entre texto, fotos e a música que escolheste…
(adoro esse disco do Keith Jarrett!)
Grande abraço,
FATifer
Nada mais sensual e bonito de olhar que o corpo feminino... Parabens!
... uma escrita diferente...e como resposta deixo um bocadinho de sérgio godinho:
"Somos sempre uns iletrados
estamos sempre adolescendo
Escreve o meu livro
e eu escrevo o teu
biblias de um deus ateu"
Enviar um comentário